A importância do movimento na construção dos processos de simbolização do bebê
DOI:
https://doi.org/10.54948/desidades.v0i33.50461Palavras-chave:
movimento, simbolização primária, sensorialidade, bebêResumo
O presente artigo disserta sobre a importância da corporeidade do bebê na construção da simbolização e na ampliação da sua vida psíquica. O trabalho está embasado no referencial psicanalítico, em especial nas noções de movimento (Konicheckis, 2015) e de simbolização primária (Roussillon, 2013, 2019). Para ilustrar tal perspectiva teórica, será explanado um fragmento de observação de bebê, realizado a partir do método Esther Bick. Esta observação coloca em cena a relevância das sensações e do movimento para que o bebê se sinta em contato consigo e com o mundo e organize suas experiências psíquicas. Entende-se que um olhar atento a esses processos primários permite ampliar a compreensão sobre a construção de um senso de si, bem como lança luz para a riqueza do que está em formação na primeira infância.
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