O sujeito lírico <em>voyeur</em> de Ramon Mello e Caio Meira
DOI:
https://doi.org/10.35520/flbc.2013.v5n9a17199Resumo
O sujeito lírico voyeur que se configura nos poemas abordados neste artigo tem ciência de que realidade e autenticidade são produtos da linguagem. Ao transformar a ação em representação, valoriza a imagem e a experiência de olhar como catalisadores do processo de construção de sentidos e, ao inventariar um conjunto de referências compartilhadas, permite a abertura de um canal de comunicação com o leitor. Implode-se a fronteira entre real e imaginário e o sujeito do poema multiplica-se, abre-se para mais possibilidades do que permitiria a dicotomia que opõe mundo e linguagem. Apesar de assumir o prazer de olhar o outro, essa lírica não se furta a manter sua relação com o mundo: através do trabalho da imaginação, ela constrói realidades, forma subjetividades.
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