O universo feiticeiro de Joaquim Cardozo em “Brassávola"

Autores

  • Mariana Conde Moraes Arcuri Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

DOI:

https://doi.org/10.35520/flbc.2013.v5n10a17209

Resumo

Em “Brassávola”, o leitor se afunda no clima sensorial a partir do qual se constrói a narrativa, na qual sobrepujam sensações que incendeiam e frequentemente desorientam os sentidos, como o próprio perfume da orquídea, que sugere algo de sobrenatural ou mesmo mal-assombrado. Medos, angústias, sobressaltos e a visão de eventos inexplicáveis são tópicos que Cardozo ajunta de forma harmoniosa, espalhando-os ao longo do conto, além de elementos com fundo científico, como, por exemplo, nomes técnicos, botânicos, de uma série de espécies de orquídeas. Assim, logra atingir efeitos expressivos a partir de sugestões sonoras, visuais e olfativas propiciadas pelas imagens empregadas. Temos em jogo a questão da memória, saudada como capaz de reviver fatos olvidados, guardados: perturbados ao roçarem suvenires visuais, olfativos, sonoros, os sentidos causam desequilíbrio.

Referências

CARDOZO, Joaquim. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2008.

NORÕES, Everardo. “Joaquim Cardozo: o homem-universo”. In: CARDOZO, Joaquim. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2008.

PROUST, Marcel. Em busca do tempo perdido. No caminho de Swann. São Paulo: Abril, 1982.

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Publicado

2013-12-30

Edição

Seção

Artigos