A literatura de cárcere no contemporâneo

Autores

  • Ricardo Ferraz Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
  • Braida Lopes

DOI:

https://doi.org/10.35520/flbc.2013.v5n10a17298

Resumo

A literatura de cárcere retrata o espaço da prisão. Sempre esteve ligada a grandes nomes, como Graciliano Ramos (Memórias do cárcere), Antonio Gramsci (Cartas e Cadernos do cárcere), Fiódor Dostoiévski (Recordações da casa dos mortos), entre outros. Suas prisões foram de cunho eminentemente político, no sentido de uma discordância com o sistema operante que seus governos adotavam em suas respectivas épocas. Graciliano conflitava com o Governo Vargas; Gramsci com o fascismo; e Dostoiévski com o czarismo de Nicolau I. É de se destacar que o ponto comum entre eles é que tiveram uma experiência dentro de um ambiente carcerário para produzir suas obras, o que não é uma regra para a literatura de cárcere (há também as ficções como O último dia de um condenado, de Victor Hugo). Mergulhando nessa escrita, especificamente da experiência, pretendemos demonstrar que as literaturas de cárcere no contemporâneo também têm seu viés político, só que muitas vezes são sufocadas pelos novos discursos do fascismo. Não se trata de comparar escritos contemporâneos com Dostoiévski, Graciliano ou Gramsci, mas observar a posição que a literatura de cárcere ocupa no presente.

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Publicado

2013-12-30

Edição

Seção

Ensaios