JACQUELINE PENJON: “Não se pode dizer que a literatura brasileira traduzida tenha um grande número de leitores na França. Certos clichês -- carnaval, futebol, violência urbana e exotismo -- são difíceis de modificar”.

Autores

  • Agnes Rissardo Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

DOI:

https://doi.org/10.35520/flbc.2011.v3n5a17345

Resumo

De um jeito muito manso, ela começa a falar e logo tentamos adivinhar em que estado brasileiro terá nascido. O sotaque não denuncia a malemolência carioca nem a musicalidade nordestina, tampouco a veemência gaúcha. Paulistana, talvez? Certamente não. Natural da cidade francesa de Lyon, Jacqueline Penjon domina com tanta propriedade a língua portuguesa e, em especial, o idioma falado no Brasil, que até mesmo os ouvintes mais atentos poderiam facilmente confundi-la com uma brasileira nata.

A diretora do Centro de Pesquisas sobre os Países Lusófonos (CREPAL) da Universidade Sorbonne Nouvelle -- Paris 3 desde 1998 e professora de Língua, Literatura e Civilização Brasileiras da mesma instituição aportou no Brasil pela primeira vez na década de 1970. Nenhum outro laço a prendia ao país a não ser a paixão pela literatura brasileira, responsável por sua vinda a São Paulo para um intercâmbio de mestrado na USP. A experiência viria a ser tão marcante que não tardaria para que ela se tornasse uma das maiores brasilianistas em atuação no meio acadêmico na Europa.

Nesta entrevista, Jacqueline discorre sobre o trabalho realizado à frente do CREPAL na árdua missão de despertar e reter o interesse dos estudantes de ensino superior na França pela língua e literatura lusófonas. Ela traça ainda um panorama da presença literária brasileira em solo francês desde a publicação das primeiras traduções até os dias de hoje, em que verifica um interesse das editoras também pelos autores contemporâneos, e faz um apelo ao governo brasileiro por uma efetiva e constante divulgação da literatura brasileira no exterior.

 

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Publicado

2011-06-30

Edição

Seção

Entrevistas