MILTON HATOUM: “A literatura escrita na aldeia ou na metrópole só depende da linguagem, do talento e do trabalho do escritor. O Rio de Machado era uma província, Guimarães Rosa fez do sertão um mundo e Faulkner só escreveu sobre o Sul dos Estados Unidos”.

Autores

  • Juliana Souza Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  • Mariana Roque Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

DOI:

https://doi.org/10.35520/flbc.2011.v3n6a17349

Resumo

Milton Hatoum comprova, com seu estilo espesso e trabalhado, a possibilidade de a ficção combinar perfeitamente a apresentação de mundos desconhecidos e a experimentação com a linguagem. Fiel a um projeto iniciado em 1989, com o lançamento do romance Relato de um certo Oriente, o autor manauara tem desenvolvido uma das obras mais lidas e estudadas da literatura brasileira contemporânea.

Suas narrativas se ambientam basicamente no Amazonas, descortinado em seus aspectos menos pitorescos do que míticos e cosmopolitas. A paisagem existe, mas parece vir à tona a partir da subjetividade dos personagens, que ganham estampa não por serem heróis, e sim por se situarem em fluxos espaçotemporais de longo alcance.

Bem acolhido nos vários países em que tem sido publicado, o escritor manauense coleciona cifras impressionantes de vendas, como os 130 mil exemplares do romance Dois irmãos (2000). Sabiamente, aproveita a profissionalização, raramente alcançada num país como o nosso, para buscar não propriamente a quantidade de títulos, e sim a qualidade dos textos.

Nas respostas às perguntas elaboradas por Dau Bastos, Juliana Souza e Mariana Roque, Milton Hatoum discorre sobre cada um de seus livros, fala de sua formação como prosador e sintetiza a decisão de trocar a docência pela produção ficcional. Também relata viagens fundamentais e cita, com evidente emoção e total propriedade, colegas do presente e do passado por quem nutre admiração.

Downloads

Publicado

2011-12-30

Edição

Seção

Entrevistas