Da existência límbica na atualidade. <em>O mendigo que sabia de cor os adágios de Erasmo de Rotterdam</em>, de Evandro Affonso Ferreira
DOI:
https://doi.org/10.35520/flbc.2014.v6n11a17428Resumo
Em sua andança perene, o protagonista do romance leva o livrinho de adágios do pensador holandês como companheiro. Os supostos ditados, em latim, perfuram a narrativa. Insistem como se advertissem quanto ao funcionamento recorrente da sociedade, que comete os mesmos erros, oculta as mesmas misérias. Com sua desordem psicológica e intelectual, o mendigo suscita a pergunta sobre o que é razão e o que é loucura. Acaba dando voz a um sentimento muito contemporâneo: o da incerteza. A atualidade da obra do autor mineiro talvez resida justamente em colocar em xeque nossas convicções (já não tão firmes), nosso modus vivendi, nosso olhar que desvia. Talvez a verborragia tenha como ouvinte o próprio leitor de nosso tempo, que dá as costas para a pobreza e para o descaso e não sabe mais o que é amar. O recado realmente é dado.Downloads
Publicado
2014-06-30
Edição
Seção
Resenhas
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