Memórias de família: a construção da identidade e a ausência paterna em <em>Azul corvo</em>, de Adriana Lisboa, <em>Mar azul</em>, de Paloma Vidal, e <em>O inventário das coisas ausentes</em>, de Carola Saavedra

Autores

  • Patricia Mariz da Cruz Universidade Federal Fluminense

DOI:

https://doi.org/10.35520/flbc.2019.v11n22a24676

Palavras-chave:

estrangeiridade, história familiar, ausência paterna, identidade

Resumo

Os romances Azul corvo (2010), de Adriana Lisboa, Mar azul (2012), de Paloma Vidal, e O inventário das coisas ausentes (2014), de Carola Saavedra, possuem em comum protagonistas femininas que, em meio à experiência no exílio, buscam a compreensão de si. Em um ambiente hostil e inseguro, a nova cultura desperta nelas a necessidade da volta ao passado e do conhecimento de suas identidades. Este, no entanto, somente se torna possível quando se possui o entendimento da história familiar, a qual é atravessada por traumas e rupturas. Com pais estranhos, sendo eles ausentes ou desconhecidos, as personagens procuram, nos poucos momentos de partilha, aos quais foram testemunhados pelo mar, os vestígios de memória que tornam possível o esclarecimento da composição de suas alteridades. Assim, este trabalho possui como objetivo a reflexão de temáticas como estrangeiridade, construção identitária e ausência paterna, sob a luz de teóricos como Edward Said, Julia Kristeva e Stuart Hall. Tais temas, que se descortinam e se entrelaçam nas narrativas, demostram ser relevantes,  pois também refletem e problematizam o indivíduo contemporâneo.

Biografia do Autor

Patricia Mariz da Cruz, Universidade Federal Fluminense

Doutoranda em Estudos de Literatura na Universidade Federal Fluminense (UFF).

Referências

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Publicado

2020-04-12

Edição

Seção

Artigos