Memória e imaginação em <i>O risco do bordado</i>, de Autran Dourado

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35520/flbc.2019.v11n21a24724

Palavras-chave:

O risco do bordado, Autran Dourado, memória, imaginação

Resumo

Este ensaio origina-se na leitura do romance O risco do bordado (1970), de Autran Dourado (1926-2012). Na interpretação do texto, destacam-se a memória e a imaginação como tecelãs das lembranças da personagem protagonista João, na qualidade de escritor de si. A primeira parte consiste numa apresentação do autor e da obra identificada com traços do Modernismo, bem como num mapeamento das características recorrentes na literatura autraniana. A segunda e a terceira partes são dedicadas à análise dos desdobramentos da memória e da imaginação em O risco do bordado, tendo como referência a teoria do pesquisador francês Paul Ricœur, acerca das duas categorias. Na quarta parte, demonstra-se que o narrador personagem João mistura as memórias do passado com os fatos imaginados na infância pelo menino que volta à cidade natal de Duas Pontes. O percurso revela um ideário de sonhos, de acontecimentos pretéritos atravessados pela composição familiar e pelas demais personagens reavivadas ora pela memória, ora pela imaginação daquele que narra.

Biografia do Autor

Tainara Quintana da Cunha, Universidade Federal do Rio Grande (FURG)

Doutora em Letras - História da Literatura (FURG);
Mestre em Letras - História da Literatura (FURG);
Licenciada em Letras - Português (FURG).

Referências

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Publicado

2019-06-27

Edição

Seção

Ensaios