<em>Até o dia em que o cão morreu</em>: a rebeldia do cansaço na sociedade das coisas úteis
DOI:
https://doi.org/10.35520/flbc.2019.v11n22a28707Palavras-chave:
Daniel Galera, estudos de narrativa, ficção brasileira contemporânea.Resumo
Este ensaio trata das relações familiares, dos imbróglios amorosos, do cotidiano fugaz e das ilusões perdidas. O enredo de Até o dia em que o cão morreu, de Daniel Galera, ganha contornos mais íntimos ao dar voz a um homem de aproximadamente 25 anos recém-formado em Letras, mas sem ânimo nenhum para trabalhar ou seguir a carreira acadêmica. Deparamo-nos com um sujeito sem ambições, isolado do mundo e que enfrenta as dificuldades cotidianas de todo jovem em transição para a fase adulta. Apesar da barba na cara, sua personalidade é a de um garoto ainda perdido na adolescência, que não encontra a chave certa para se integrar na sociedade. Consumido por uma dor que parece inconsolável, passa os dias bebendo e fumando desenfreadamente do alto de um apartamento vazio que dá para o Guaíba e a chaminé de uma usina. No entanto, a despeito da realidade solitária, a narrativa ̶ ao sugerir a possibilidade dos afetos ̶ abre espaço para encontros inesperados com uma modelo estonteante e um cachorro vira-lata, despertando sentimentos antes desconhecidos.
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