O resgate de vozes femininas no romance de Maria José Silveira

Autores

  • Carlos Magno Gomes Universidade Federal de Sergipe - UFS
  • Elane da Silva Plácido Universidade Federal de Sergipe - UFS

DOI:

https://doi.org/10.35520/flbc.2022.v14n27a47646

Palavras-chave:

violência, subalternidade, revisão feminista, romance histórico.

Resumo

As obras de autoria feminina contemporânea têm aberto o leque de representações das mulheres na literatura brasileira ao partirem do ponto de vista histórico para revisarem o passado. Em A mãe da mãe de sua mãe e suas filhas, de 2002, Maria José Silveira resgata o passado de silêncio de várias gerações de mulheres a partir do século XVI até nossos dias, questionando o passado dentro de um novo contexto, o feminista. Considerando o pensamento de Linda Hutcheon (1991) sobre o diálogo entre ficção e história como discursos fronteiriços, discutiremos quais as estratégias de resgate dessas vozes e como essas memórias questionam a violência hegemônica imposta às mulheres. Partiremos das reflexões da crítica literária feminista acerca da revisão da subalternidade feminina, proposta por Gayatri Spivak (2010), dialogando com as reflexões de Djamila Ribeiro (2019) sobre o lugar de fala da mulher, pretendendo identificar as estratégias literárias que dão visibilidade à voz mulher nessa obra de revisão histórica.

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Publicado

2022-12-21

Edição

Seção

Ensaios