O medo mora nas pupilas

o olhar sonoro do trauma em 'As meninas' de Lygia Fagundes Telles e em 'As meninas' de Emiliano Ribeiro

Autores

  • Thiago Franklin de Souza Costa Universidade federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.35520/flbc.2024.v16n31e63572

Resumo

A obra de Lygia Fagundes Telles abrange diversas temáticas e formas. As meninas (1973) evidencia essa abrangência nos apresentando um trabalho narrativo que apreende a subjetividade de cada personagem diante de uma situação política extrema. A fragmentação exercida pelo trauma pessoal converge com a fragmentação traumatizante do clima social. A imagem que dá título ao nosso artigo foi retirada da própria obra analisada e escolhida como constitutiva da percepção tomada por esse trauma. A imagem do olhar reverbera pela narrativa. Reverbera também pela obra cinematográfica que foi deslizada desse romance por Emiliano Ribeiro e David Neves. Recuperamos o filme de 1995 neste ensaio a fim de analisar comparativamente as duas obras, em razão do modo como percebemos que a concepção fílmica apreende aspectos fundamentais do romance, apesar de criticado sobretudo devido às diferenças de formas narrativas. Tais aspectos nos interessam para a leitura da obra de Lygia, pois a convergência entre filme e romance se dá, a nosso ver, pela via dos corpos em performance no cenário físico e sociopolítico que lhes serve de palco.

Palavras-chave: trauma; olhar; estudos comparados; Lygia Fagundes Telles; cinema.

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Publicado

2025-03-12

Edição

Seção

Ensaios