GUERREIRAS, LÉSBICAS E AMAZONAS: A RECEPÇÃO DA ANTIGUIDADE NA SÉRIE “XENA: A PRINCESSA GUERREIRA”

Autores

  • Larissa Fernandes Nogueira UFRJ

Palavras-chave:

Amazonas, Grécia antiga, mitos gregos, teoria da recepção, Xena

Resumo

A antiguidade é um período que desperta curiosidade em muitas pessoas, principalmente com seus mitos gregos. Por isso, muitas produções audiovisuais se aproveitam de tal curiosidade para incorporar elementos de tal periodização em suas obras, sendo que é comum observarmos séries, filmes e livros que se apropriam da Antiguidade, reinterpretando-as conforme seus interesses e demandas de seu tempo. Esse fenômeno não passou despercebido entre os estudiosos, que criaram um campo de estudos para analisar esses eventos: a teoria da recepção. Este campo se propõe a estudar como aconteceu a recepção de tal acontecimento pelo público de uma obra. Nesse sentido, uma dessas produções foi “Xena: A Princesa Guerreira”, série de grande sucesso dos anos 90, que retratava uma guerreira grega, Xena, e suas aventuras. É possível notar vários mitos gregos na série, como as Amazonas, além da sexualidade, explorada de uma forma que o relacionamento entre as principais, Xena e Gabrielle, era considerado romântico. Logo, o presente artigo possui como objetivo analisar a série, à luz da teoria da recepção, mostrando como a antiguidade foi tratada e recebida pela série, principalmente com os mitos de mulheres guerreiras, as amazonas, e sobre a sexualidade das mulheres gregas.

Biografia do Autor

Larissa Fernandes Nogueira, UFRJ

Graduanda de História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRH), bolsista PIBIC-CNPQ entre agosto de 2020 e julho de 2022, sob orientação do Prof. Dr. Fábio de Souza Lessa, integrante do Laboratório de História Antiga da UFRJ (LHIA).

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Publicado

2022-12-01

Edição

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Artigos