Estrangeiro, ostentador, gran madre, imperador: as múltiplas facetas de Heliogábalo

Autores

  • Larissa; Mariana Fernandes Nogueira; Barrozo Gonzalez UFRJ

Palavras-chave:

estrangeiro, gênero, Heliogábalo, História Augusta, imperador, Roma.

Resumo

O presente trabalho possui como objetivo a análise, de maneira crítica, da construção da imagem do imperador Antonino Heliogábalo – esta que se perpetua até a contemporaneidade. O mesmo governou Roma durante a Antiguidade tardia, isto é, entre os anos 217 e 222, e sua biografia foi escrita na História Augusta, por Elio Lampridio[1]. O autor dedicou um capítulo ao governo desse jovem, no qual é descrito de forma negativa, sendo considerado, na visão dele, um dos piores imperadores romanos. Dessa forma, serão levantadas hipóteses sobre os motivos pelo quais Heliogábalo teve tal construção, não somente em como conduziu a administração de Roma, mas também particularidades da sua vida pessoal. Por conta disso, será que o fato de ser estrangeiro influenciou essa escrita? A sua identidade de gênero tem relevância para a forma que enxergam seus atos enquanto imperador? Os pontos negativos que lhes são atribuídos realmente possuem veracidade ou são forjados por aristocratas que queriam o tirar do poder?


[1] Há um grande debate sobre a autoria da História Augusta, que será explicado ao longo desse artigo.

Biografia do Autor

Larissa; Mariana Fernandes Nogueira; Barrozo Gonzalez, UFRJ

Larissa Fernandes Nogueira: Graduanda em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), integrante do LHIA (Laboratório de História Antiga da UFRJ).

Mariana Barrozo Gonzalez: Graduanda em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e bolsista de Iniciação Científica (IC-CNPQ).

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Publicado

2024-04-22

Como Citar

Fernandes Nogueira; Barrozo Gonzalez, L. M. (2024). Estrangeiro, ostentador, gran madre, imperador: as múltiplas facetas de Heliogábalo. GAÎA, 14(1), 54–74. Recuperado de https://revistas.ufrj.br/index.php/gaia/article/view/59567