Chamada aberta V. 22 (n. 61 e 62)
1. Revista Garrafa – V. 22, n. 61, edição reservada à temática do sonho em comemoração ao centenário surrealista.
No prefácio para o primeiro número da revista La Révolution surréaliste, publicado no final do ano de 1924, Jacques-André Boiffard, Paul Éluard e Roger Vitrac argumentavam que “[g]raças ao sonho, a morte não tem mais um sentido obscuro e o sentido da vida se torna indiferente”. A afirmação desses primeiros surrealistas, representantes de diferentes linhas artísticas, concorda com a programática que André Breton professava no primeiro manifesto do movimento. Segundo Breton, somente o surrealismo seria capaz de proporcionar uma “resolução futura” entre sonho e realidade, de modo que todos os investidos nas conhecidas sessões de escrita automática, coletivas ou assonorentadas, bem como em outras atividades de provocação alucinante, aproximariam-se do que o escritor francês chamou de “realidade absoluta”. Menos preocupado que a psicanálise da época com a abordagem terapêutica que o sonho poderia acarretar, o surrealismo teria abraçado os devaneios noturnos como ativadores de experiências, de modo que eles fossem integralmente trazidos para o centro do cotidiano, agenciando sua transformação. Transformação, ou melhor, “revolução” – sonoramente aproximada de sonho em francês (rêve) –, que ocuparia o lugar da “sublimação” freudiana, individual demais para esses autores engajados artística e politicamente no entreguerras europeu. Assim nutriu-se não só a literatura com um disparatado arranjo do acaso que se objetificava enquanto davam sentido ao ininteligível, mas também as artes plásticas e o cinema de vanguarda com suas tentativas de representar o onírico por meio da deformação e da justaposição de imagens.
Aproveitando que o ano de 2024 marca o centenário do primeiro manifesto surrealista e do livro Uma vaga de sonhos de Louis Aragon, a Revista Garrafa convida a comunidade acadêmica a enviar trabalhos que discutam o sonho na literatura e nas outras artes, de modo que possamos reavaliar isso que talvez seja, junto do desejo e da postura política das vanguardas, uma das maiores heranças do surrealismo.
Prazo de envio: de 05/07/2024 à 30/11/2024
Comissão organizadora:
Analia Vencioneck
Gabriel Bustilho
Sergio Novo
2. Revista Garrafa - v. 22, n. 62, tema livre.
Prazo de envio: de 05/07/2024 à 31/10/2024
Comissão organizadora:
Analia Vencioneck
Gabriel Bustilho
Sergio Novo
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