Questões de morte, luto e herança em Vida Nova Brasileira, de Ariano Suassuna
Resumo
No dia 9 de outubro de 1930, o então deputado federal paraibano João Suassuna foi assassinado com um tiro nas costas. Sua morte teve direta ligação com as questões de disputas políticas e familiares que envolviam a Paraíba da Revolução de 1930. No dia de seu assassinato, foi encontrada no bolso de seu paletó uma carta de despedida, um misto de depoimento de defesa e testamento. Nela, ele recomenda que a esposa tome cuidado, caso algo aconteça a ele, para que nenhum de seus nove filhos (entre os quais Ariano, de apenas 3 anos) se envolva em tramas de vingança. Aqui está a marca profunda que traça o caminho de Ariano Suassuna, o sangue com o qual escreve sua obra. Se a vingança não pôde se fazer na perseguição dos assassinos, ela se faria com o protesto de uma arte exitosa. Tudo o que escreve é endereçado a este pai ausente. Ao Pai com letra maiúscula de seus poemas. As questões de luto, herança e endereçamento são, portanto, centrais em sua produção. Neste trabalho, objetiva-se pensá-las sobretudo em poemas que integram o livro Vida Nova Brasileira a partir de autores como Derrida (2004) e Barthes (2011).Downloads
Publicado
2019-03-14
Edição
Seção
Artigos
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