Macabéa: a palavra e o corpo em jogo na literatura
Resumo
Macabéa, ao descer da calçada para atravessar a rua, é atropelada por um Mercedes amarelo. Da última cena de A hora da estrela do último livro de Clarice Lispector, na iminência da morte, a personagem pensa “hoje é o primeiro dia de minha vida: nasci.” (LISPECTOR, 1998, p. 80). Diante desse paradoxo da narrativa, em que duas pontas opostas são atadas, um elemento faz nó: o Mercedes amarelo, reconhecido por Maca, já caída no chão, como carro de alto luxo cujo símbolo, embora não dito na narrativa, é uma estrela de três pontas. O que estaria em jogo nesse duplo da “estrela” para a construção narrativa? Este trabalho tem por objetivo elaborar essa questão partindo da hipótese de que as estrelas, a do carro e a do título, ao se apresentarem como semelhantes, desenho e corpo, se reapresentam como diferença, marca e significante na cena final da narrativa.Downloads
Publicado
2019-03-14
Edição
Seção
Artigos
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