A representação da violência em "Manual prático do ódio", de Ferréz

Autores

  • Lanna Caroline Silva de Almeida

Resumo

As vozes dos marginalizados são ouvidas com incômodo, pois mostram a realidade rejeitada pela sociedade letrada. Os excluídos deixam o campo da representação e do silêncio, passando a ter voz na narrativa literária. Voz esta que, antes suprimida, passa a acessar a fala por meio do discurso literário. Com isso, percebe-se que o autor marginal é uma testemunha das experiências transportadas para o texto, um espectador da árdua sobrevivência nas periferias das grandes cidades. Este trabalho tem o objetivo de analisar a violência social representada na obra Manual prático do ódio, de Ferréz. Para atingir o objetivo proposto, a presente pesquisa toma como pressupostos teóricos Dalcastagné (2008), Ferréz (2005) Zibordi (2004), Schollhammer (2000; 2008; 2013), Brandão (2011; 2013), e Candido (1987; 2010). Para proceder à análise, metodologicamente esta pesquisa selecionou fragmentos retirados das obras supracitadas cujas temáticas fossem relacionadas à violência social. Observou-se também que esta representação se confirma nas vozes dos personagens em seu confronto com a imposição de manter-se à margem da sociedade. Como resultado desta pesquisa, a narrativa de Ferréz aponta que a violência faz parte da narrativa e influencia personagens, uma vez que, no momento em que o lugar do qual ele fala desloca os valores que elas compartilham. Finalmente, percebe-se que os diversos momentos dos escritores desta pesquisa definem a concepção da violência como meio de sobrevivência no contexto social em que Manual Prático do ódio está inserida.


Palavras-chave: Marginalizados. Violência social. Espaço.

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Publicado

2019-05-06