"Orlando" e os limites auto/biográficos
Resumo
Delimitar e enquadrar os gêneros biografia e autobiografia, historicamente tidos como factuais por excelência e à parte da ficção, vem sendo cada vez mais difícil. Trabalhos como os de Leonor Arfuch e sua conceptualização de algo chamado espaço biográfico – que envolve um leque maior de expressões de subjetividade, entre cartas, memórias, relatos e narrativas auto/biográficas – vem auxiliando a descentralizar estas classificações que se tornam problemáticas em um momento no qual as fronteiras entre a ficção e a suposta e problemática categoria de real vem caindo por terra. Virginia Woolf produziu Orlando, publicado em 1928, como certa forma de resposta aos inovadores modelos de seus colegas de ofício e amigos Lytton Strachey e Harold Nicolson, indo além dos passos destes, que criticavam a moralista (suposta) factualidade das produções de biografia da Inglaterra vitoriana do século XIX. Desta forma, este trabalho busca discutir sobre como Orlando, de Virginia Woolf, já apresentava uma rede complexa envolvendo autobiografia e biografia – o próprio livro tem “uma biografia” como paratexto -, sob uma construção narrativa claramente romanesca e para-além de pactos referenciais.Downloads
Publicado
2019-12-01
Edição
Seção
Artigos
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