Metrópolis, a sinfonia da cidade-máquina

Autores

  • Tábata da Cruz Silva

Resumo

Em uma análise crítica sobre a narrativa 1984, de George Orwell, o historiador Ben Pimlott questiona o que pode ser chamado de validade de uma narrativa. Para ele: “Por quanto tempo pode uma história sobre um futuro que passou continuar a alarmar seus leitores?” (2017, p. 382). Esse questionamento está relacionado diretamente aos rumos da distopia e da ficção científica, gêneros literários que se dispõem a discutir os impactos da tecnologia na sociedade, explorando pontos positivos e/ou negativos.  Foi assim com Metrópolis, um clássico do expressionismo alemão e precursor da ficção científica no cinema, que sempre esteve associado ao nome de seu diretor, Fritz Lang. A produção de 1927 contou ainda com o nome pouco mencionado de Thea Von Harbou, roteirista responsável pela impactante construção de Metrópolis. Traduzido diretamente do alemão em 2019, o texto de Von Harbou apresenta outras nuances e enriquece a análise da obra cinematográfica. Através deste trabalho, pretende-se analisar detalhes que dialogam com o cenário distópico do cânone, e que podem ainda lançar luzes às questões do que está por vir. Metrópolis é atemporal, e sua análise sobre relações de poder, organização do trabalho e o papel da tecnologia dentro da ficção científica ainda tem muito a dialogar com as questões contemporâneas.

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Publicado

2022-11-29

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Artigos