O adensamento crítico e irônico sobre o ópio alienador da cultura de massa no filme cronicamente inviável de Sergio Bianchi
Resumo
Espetacularizar a violência social como uma mera imagem-mercadoria. Internalizar naturalmente o mal-estar crônico da crise social brasileira, na fase tardia do capitalismo avançado, através de imagens estetizadas da barbárie, recebidas pelos consumidores pós-modernos acriticamente, sem espessura histórica ou resquícios da memória de seus conflitos internos, na sociedade do espetáculo. Essa tendência contemporânea, que se desenvolveu na arte fetichizada da pós-modernidade, tanto na literatura sobre a vida nos grandes centros urbanos quanto em alguns filmes comerciais da cinematografia brasileira do final do século XX, não pode ser atribuída a uma das obras mais polêmicas da Retomada do Cinema nacional. O filme Cronicamente Inviável de Sérgio Bianchi desvela o mal-estar crônico da sociedade brasileira e a suspensão do projeto civilizatório nacional, na fase aguda do capitalismo avançado, através das imagens de variadas formas de violência e miséria social, abordadas com adensamento critico e a ironia cética.
Referências
BIANCHI, Sergio & STEINBERG, Gustavo. Cronicamente Inviável. DVD. Europa Filmes.2000.
JAMESON, Fredrich. Pós-Modernismo ou a lógica cultural do capitalismo tardio. São Paulo. Editora Ática, 1996.
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SAMPAIO JUNIOR, Plínio de Arruda. Entre a nação e a barbárie -- dilemas do capitalismo dependente. Petrópolis. Editora Vozes, 1999.
SCHWARZ, Roberto. Nacional por subtração. In Que horas são? São Paulo. Cia das Letras, 1989.
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XAVIER, Ismail. O cinema brasileiro moderno. São Paulo. Paz e Terra, 2004.
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