A GENEALOGIA DO DISCURSO POÉTICO: O EU E O OUTRO NA ELOQÜÊNCIA MORAL DOS SENTIDOS

Autores

  • Adriano Neri UFRJ -- CNPq/PIBIC

Resumo

Este trabalho visa elucidar algumas questões relativas à noção de inspiração poética, bem como conceitos de arte e técnica na moralizada pólis grega. O foco se dá no embate entre a linguagem retórica e poética no diálogo “Íon” de Platão. Neste diálogo, Sócrates, como personagem platônica, ao interpelar um declamador, o rapsodo Íon, sobre o que seria a arte da rapsódia e, por conseguinte, a origem da loquacidade dos poetas, se atém à autoridade do rapsodo enquanto hermeneuta. Suas indagações são sobre que pressupostos o rapsodo se diz conhecedor de Homero, que conhecimentos específicos e técnicos ele teria. Longe de simples argumentações, vemos, neste diálogo, a primeira tentativa de conceituação do furor poético e a genealogia do seu entusiasmo. Antes que se teça digressões a respeito do diálogo, algumas considerações históricas devem ser alçadas.

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