E agora, Josef K.?
Resumo
Despertar no mundo de Kafka não eÌ o intercaÌ‚mbio entre a linguagem do “real” e a do “sonho”, que produziria uma conflueÌ‚ncia no desdobramento dessas realidades. A realidade oniÌrica não se entrega ao espaço da escrita, o jogo de falseamento proposto pelo transmutar do real em um sonho reflexivo não se constitui como linguagem. O sonho não determina a loÌgica pertencente ao texto. As distorções, as imagens não representam um pesadelo que se desprende do inconsciente de um ente. O choque de estar na realidade não eÌ recusado por uma preÌ-loÌgica atenuante. Não haÌ a incorporação do aliÌvio, o estranhamento se configura como instaÌ‚ncia determinante na relação estabelecida entre personagem e mundo. O incoÌ‚modo surge e se determina como signo firmado nas tensões do texto.
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