Da experiência incomunicável do herói trágico

Autores

  • Cristiane Sampaio de Azevedo UFRJ

Resumo

Falaremos aqui do incomunicável, “do que não se diz”, mas se mostra, se desvela. Falaremos
da experiência incomunicável do herói trágico. Mas, como poderemos fazer isso, falar do
incomunicável? Deixando o incomunicável ser incomunicável. Em Antígona, de Sófocles, o
incomunicável se mostra a partir do sentimento de pudor, que traduzimos por dever, experimentado pela personagem Antígona diante da escuta das leis não escritas, que a convocam a enterrar o corpo de seu irmão Polinices, descumprindo, com isso, as ordens do rei e seu tio Creonte. À escuta dessas leis dáse o desvelamento do real, ou a verdade(alétheia). Tratase, então, de compreender o sentido do dever e da verdade em Antígona.

Referências

BENVENISTE, Emile. Le Vocabulaire des Instituitions indoeuropéennes(

Pouvoir, droit, religion), Paris,

Les éditions de Minuit, 1969.

BORHEIM, Gerd. O sentido e a máscara. São Paulo, Perspectiva,1969.

HEIDEGGER, Martin. Introdução á Metafísica.. Rio de Janeiro,1987.

_______. “A essência da verdade”. In: Os Pensadores,1973.

JAEGER, Werner. Paidéia. São Paulo, Martins Fontes, 1979.

OS PENSADORES ORIGINÁRIOS. Tradução: Emmanuel Carneiro Leão. Vozes, 1991

STAIGER, Emil. Conceitos Fundamentais da Poética. Rio de Janeiro. Tempo Brasileiro, 1972.

SÓFOCLES. A trilogia tebana(tradução do grego e apresentação Mário da Gama Kury), Rio de Janeiro.

SOUZA, Eudoro de. “Uma leitura da Antígona”. Brasília, ed. Universidade de Brasília, 1978.

Publicado

2017-04-04

Edição

Seção

Artigos