Linguagem e Verdade em Autran Dourado

Autores

  • Laura Goular Fonseca UFRJ

Resumo

Na alegoria da caverna, Platão estabelece a separação do mundo em duas esferas distintas, em constante oposição e incompatíveis entre si. O interior da caverna é a alegoria do mundo sensível -- o mundo da aparência, onde a verdade sobre as coisas não se mostra devido à escuridão da caverna. O exterior da caverna é a alegoria do mundo inteligível -- o mundo das idéias, onde, iluminadas pelo sol, as coisas se mostram como são exata e verdadeiramente. Ao sair da escuridão da caverna para a claridade do seu exterior,
o homem é obrigado a adaptar o olhar à luz. Essa adaptação é, essencialmente, o que Platão chama de Paidéia: “uma tendência do homem para uma mudança completa de todo o seu ser”. “Quando na caverna, o homem liberto se desvia das sombras para considerar as coisas ele já dirige o seu olhar para aquilo que tem mais do ser que de simples sombras” (...) então “vê de um modo mais exato”[1] (p. 3). “Assim orientada, a percepção se conforma àquilo que deve ser visto. Está lá a “evidência” (Assehen) daquilo que é. Esta
adaptação da percepção, do ίδειν, à ιδέα, traz uma όμοίώσις (homoiósis), um acordo do conhecimento com a própria coisa. De acordo com essa concepção, a verdade ligase
à exatidão, em grego, orthotes, e é oposto do inexato, do falso.

Biografia do Autor

Laura Goular Fonseca, UFRJ

Doutoranda em Ciência da Literatura.

Referências

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Publicado

2017-04-04

Edição

Seção

Artigos