Santo Agostinho: a narrativa de si e a filosofia
Resumo
Em Milão, Agostinho teve uma experiência decisiva em sua vida: a conversão. No início do livro
VIII, de Confissões[1], ele narra sua dificuldade pessoal em abraçar a fé cristã. Nesse ponto da narrativa, o jovem professor de retórica já abandonara o maniqueísmo e escutava com atenção os sermões de Ambrósio. Era um momento de transição, de abandono dos velhos hábitos para um definitivo engajamento na busca e vivência da verdade revelada. Agostinho lutava contra si próprio, submetia à prova sua capacidade de optar, de viver o que queria, mas que não podia. Aparece também aí o tema central de Confissões: o livrearbítrio. É na narração dessa luta espiritual que o filósofo mostra a relação entre o indivíduo e a liberdade, a ruptura e
a escolha, o passado e a ação presente, a fé e a razão.
Referências
AGOSTINHO, Santo. Confissões. Trad. J. Oliveira Santos e A. Ambrósio de Pina. Petrópolis: Vozes, 2002.
AURÉLIO, Marco. Meditações. Trad. Mário da Gama Kury. Rio de Janeiro: Ed. de Ouro, Tecnoprint, 1967.
BROWN, Peter. Augustine of Hippo. Berkeley, Los Angeles: University of California Press, 2000.
FOUCAULT, Michel. Two technologies of the self. In: MARTIN, Luther H. et al. (org.)Technologies of the self. London: Tavistock publications, 1988.
SÊNECA, Lúcio Aneu. A vida feliz. Trad. André Bartholomeu. Campinas: Pontes, 1991.
SÊNECA, Lúcio Aneu. A ira. Trad. Antero Barradas Barrata. Rio de janeiro: Casa Editora Vecchi, s.d. (Coleção Os Grandes Pensadores)
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