Apropriação da Praça Central de Tegucigalpa, Honduras

Autores

  • Valeria Carbajal Rivera
  • Renata Hermanny de Almeida

Palavras-chave:

Apropriação do espaço, Valores, Transformação, Exclusão, Espaço público patrimonial

Resumo

O artigo investiga o uso e a apropriação dos espaços públicos como um dos aspectos fundamentais a serem considerados em estudo dedicado ao entendimento da vida cotidiana das cidades. Para tanto, adota como objeto concreto de pesquisa – estudo de caso – a Praça Central de Tegucigalpa, Honduras, espaço de alto valor patrimonial. Este é abordado a partir de método qualitativo, buscando entender e explicar os diferentes tipos de apropriação. O procedimento metodológico, coleta de opiniões por meio de questionários aplicados junto a usuários da praça central, segue parâmetros de apropriação propostos por Enric Pol (1996, 2006). Dentre estes, a relevância da condição histórica do espaço público, tendo em vista o adensamento de valores simbólicos, políticos e sociais, amalgamados pelas transformações e experiências desenvolvidas no espaço por indivíduos e grupos sociais; marcas no espaço, geradoras de integração e representativas de identidade. Na Praça Central de Tegucigalpa, historicamente, a ação de apropriação é determinada pelo caráter elitista de seu uso e apropriação por atores de classes de poder hegemônico, e consequente ausência de diversidade de usos e usuários. Como resultado, verifica-se restrita apropriação do espaço por parte da maioria da população residente, e seus reflexos na dificuldade de construção de laços sociais diversificados e heterogêneos. Em conjunto, este quadro expressa restrita democracia na vida social da cidade de Tegucigalpa, identificável em processos de transformação dos espaços públicos patrimoniais exclusivamente orientados para um excludente conforto urbano.

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Publicado

09/10/2019