Novas manifestações estéticas e ideológicas na canção de intervenção portuguesa

Autores

  • Ana Maria Simão Saldanha

Palavras-chave:

Música de intervenção, Revolução portuguesa, Estética, Simbologia

Resumo

A Revolução que se operou em Portugal em 1974 não se exprimiu, apenas, no campo econômico-social e político e no campo da literatura, tendo-se, igualmente, revelado no domínio das artes visuais e no domínio da canção e da música. Com este artigo, pretendemos abordar as manifestações acústicas que, desde a segunda metade do século XX, nos permitem acompanhar as graduais alterações sociossimbólicas ocorridas em Portugal, as quais consubstanciam transformações estéticas e ideológicas que se revelarão na sua plenitude após a Revolução de 25 de Abril de 1974. Com efeito, quer a música contestatária, quer as artes, em geral, incitaram, até à eclosão da Revolução, à luta contra o regime instalado, utilizando novas imagens e novos símbolos, numa atitude estética e ideológica que se contrapunha ao esteticismo veiculado pela ditadura (1926- 1974). Esta atitude visual e musical atingirá o seu apogeu após a Revolução portuguesa, quando a arte acompanhará o público saindo do silêncio a que a censura a havia votado e impondo-se no ruído das ruas e vozes portuguesas.

Referências

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Publicado

02/14/2020