Colecionismo etnográficas e sua influência na moda burguesa do uso de penas, aves e insetos nos oitocentos

Autores

Palavras-chave:

Artefatos de penas, aves e insetos, Moda no Brasil no século XIX, Coleções exóticas

Resumo

Tendo como ponto de partida uma ventarola de penas da Coleção Jeronimo Ferreira das Neves do Museu D. João VI no Rio de Janeiro, este artigo reflete sobre o papel das coleções etnograficas na elaboração de um gosto burgues em termos de ornamentos pessoais e de decoração de interiores, tendo em vista a produção, circulação e consumo de ornamentos feitos com penas, aves e insetos para exportação produzido no Brasil durante o século XIX. Com fundamentação teórica dos estudos culturais aplicados as artes decorativas, mostra como, para camadas médias alargadas, a fruição de mundos distantes contribuiu para o sentido do exotismo da epoca romântica e imperialista e para a valorização de artefatos que convertiam natureza em ornamento.

Biografia do Autor

Maria Cristina Volpi, Escola de Belas Artes Programa de Pós-graduação em Artes Visuais Universidade Federal do Rio de Janeiro

Escola de Belas Artes

Universidade Federal do Rio de Janeiro

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Dados do autor:

Maria Cristina Volpi é professora associada e pesquisadora do Programa de Pós-graduação em Artes Visuais da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Suas publicações sobre história e historiografia da indumentária e da moda no Rio de Janeiro nos séculos XIX e XX tem como foco os aspectos estéticos e materiais da aparência vestida.

Publicado

12/21/2019