Tecnologias do corpo: a dança urbana como forma de relação social

Autores

  • Aline Fernandes de Azevedo

Palavras-chave:

Corpo, Discurso, Cultura corporal, Espaço urbano

Resumo

Este artigo tem por objetivo conceber a dança enquanto discursividade, a partir do referencial teórico da Análise de Discurso. Para tanto, apresento uma analise da prática da dança na festa rave, procurando compreendê-la como gesto corporal significante que evidencia um tipo de relação social capaz de dar visibilidade às formas históricas de assujeitamento contemporâneas. As análises dão a ver o transe coletivo como pulsão dionisíaca, apontando em que medida a dança, enquanto linguagem, é capaz de transformar o corpo carnal em obra de arte, objeto simbólico sujeito à interpretação.

Referências

AZEVEDO, Aline Fernandes de. Cartografias do corpo: metáforas contemporâneas da sutura e da cicatriz. Campinas: iel – Unicamp, 2013. (Tese de Doutorado.)

BADIOU, Alain. Pequeno manual de inestética. São Paulo: Estação Liberdade, 2002.

ENRIQUEZ, E. Le ravissement du corps: Croyance et mécanismes de défense dans les communautés. In: HAROCHE, Claudine & GUGLIELMI, G. J. Esprit de corps, démocratie et espace public. Paris: Puf, 2005, p. 27-43.

FERREIRA, Eliana. Corpo, movimento, deficiência: as formas dos discursos da/na dança em cadeira de rodas e seus processos de significação. IEL (Unicamp), Campinas, 2003. 245 f. (Tese de Doutorado.)

FERREIRA, Eliana & ORLANDI, Eni P. O discurso corporal atravessado pela dança em cadeira de rodas. In: ORLANDI, Eni P. Cidade Atravessada: os sentidos públicos no espaço urbano. Campinas: Pontes, 2001, p. 89-94.

GARAUDY, Roger. Dançar a vida. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980.

LACAN, Jacques. O seminário – livro 11: os quatro conceitos fundamentais da psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.

MACHADO, Roberto. O nascimento do trágico: de Schiller a Nietzsche. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editores, 2006.

NIETZSCHE, Friedrich. A genealogia da moral. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

______. Assim falou Zaratustra. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

ORLANDI, Eni P. (Org.). Cidade Atravessada: os sentidos públicos no espaço urbano. Campinas: Pontes, 2001.

______. Interpretação: autoria, leitura e efeitos do trabalho simbólico. 5a ed. Campinas: Pontes, 2007.

______. Discurso em Análise: Sujeito, Sentido e Ideologia. Campinas: Pontes, 2012.

PÊCHEUX, Michel. Semântica e discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. 4a ed. Campinas: Pontes, 2009.

______. Análise automática do discurso (AAD-69). In: GADET, Françoise; HAK, Tony. Por uma análise automática do discurso: uma introdução à obra de Michel Pêcheux. 4a ed. Campinas: Editora da Unicamp, 2010.

______. Nota sobre a questão da linguagem e do simbólico em psicologia. Trad. Pedro de Souza. In: ___. Análise de Discurso: Michel Pêcheux. Textos selecionados por Eni Orlandi. Campinas: Pontes, 2011.

VIANNA, Hermano. Tecnologia do transe. Folha de São Paulo, São Paulo, 06 abr. 1997. Caderno Mais, p. 5.

Downloads

Publicado

02/17/2020