TRIBUTO A OXUM: RIO OIR, DE CILDO MEIRELES E OUVIR O RIO, DE MARCELA LORDY
Palavras-chave:
Imaginário, Oxum, Rio oir, Ouvir o rio, Poéticas artísticasResumo
A produção de arte é fundamental para que aconteçam trocas entre o imaginário, o sagrado e a concretude do mundo. O imaginário identifica culturas e se destaca na atualização dos mitos. Na mitologia afro-brasileira de origem iorubá, Oxum é a orixá dos rios e lagos, chave de leitura adotada para a reflexão sobre rio oir (Cildo Meireles, 2011). O disco de vinil apresenta no lado A sons de águas de rios e no lado B sons de risadas. O documentário Ouvir o rio: uma escultura sonora de Cildo Meireles (Marcela Lordy, 2011) é o resultado da expedição realizada para a captação sonora; ele explicita o percurso poético de Meireles e as alterações no projeto. Quais singularidades podem ser estabelecidas entre Oxum e rio oir? O imaginário é pensado em consonância com Maffesoli, Morin e Durand; os atributos de Oxum se ancoram em Guimarães, Prandi e Verger; e a análise crítica da obra de Meireles tem bases em depoimentos de Wiznik e do artista.Referências
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