As máquinas de visão: automação da percepção, vigilância preditiva e controle social
Resumo
A combinação entre um aparato de vigilância remota preditiva com a capacidade do emprego de força letal é uma tendência dominante na rivalidade estratégica entre as grandes potências. Estes dispositivos estão se proliferando também no meio urbano, tanto para gerir a complexa infraestrutura das grandes cidades como no combate à criminalidade. Isto, contudo, tem engendrado uma cultura do controle extremamente invasiva que, pela ótica da gestão do risco, indexa fenômenos muito diferentes em uma escala quantitativa comum e, desse modo, tenta legitimar a imposição de mecanismos de normalização de conduta cada vez mais impositivos. Esta questão aqui é pensada por meio da ideia de automação da percepção, desenvolvida originalmente por Paul Virilio, com base em alguns insights de Walter Benjamin.