Da Dança Capital à Dança Nômade: a Dança de Salão enquanto Performance Cultural e Política

Autores

  • Andrea Palmerston
  • Domenico Uhng Hur

Resumo

O objetivo deste artigo é analisar criticamente os regimes de forças que atravessam as danças de salão enquanto performance cultural. Como método, utilizamos reflexões de autores como Deleuze, Guattari e Foucault, para pensar a dança e seus processos psicopolíticos. Cartografamos como a transição dos diagramas de forças formatou a gestão da vida e, consequentemente, a dança. Consideramos que a dança de salão é atravessada pela axiomática do capital, que modifica sua configuração e a transforma no que denominamos como ‘dança capital’. Esta é uma modalidade performática que está modulada pela lógica do rendimento e se transforma em uma dança hipertrofiada, na qual a quantidade e a exposição se tornam mais importantes que a perfeição de sua execução. Contudo, também há linhas de fuga, pois o embaralhamento dos corpos traz consigo a subversão do toque do outro. Através de linhas de movimento nômade, ao lidar com ritmos que agregam diversos grupos e tradições, permite-se experimentações, subvertendo a lógica do rendimento. Portanto, os corpos são afetados transformando esta dança que sai dos espaços fechados dos salões ao campo aberto, colocando-se à disposição de mutações no sentido de vetores autogestionários.

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Rede Moitará