Habitando presentes contínuos: racismo e violência como categorias temporais e as intersecções do afrofuturismo e afropessimismo

Autores

  • Maria Aparecida Moura
  • Josué Victor dos Santos Gomes

Resumo

O presente artigo pretende refletir sobre a afetação do racismo nas temporalidades de pessoas negras partindo da constelação de frames em que homens negros são asfixiados por policiais, como nos vídeos da morte de Eric Garner (2014) e George Floyd (2020), e nos filmes A Gente Se vê Ontem (2019) e Dois Estranhos (2021). A partir das similaridades e diferenças presentes nesses signos, nos questionamos sobre a aparente habitação das quatro imagens em um mesmo tempo e instante histórico, apesar de suas divergências contextuais. Por meio desses fluxos tempo-espaciais cruzados pensamos como o afrofuturismo e o afropessimismo, acionados na condição de matrizes interpretativas da realidade social e dos fenômenos comunicacionais, desarticulam a noção do tempo progressivo, bem como permitem inferir a permanência da escravidão ao longo da história. Através da análise dos filmes propomos que essas matrizes estéticas/políticas desestabilizam as fronteiras entre realidade e ficção e nos permitem ver como a morte e a violência constituem um cativeiro de aprisionamento do tempo e das possibilidades da sobrevivência negra.

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