A ideologia italiana no Brasil: uma aproximação

Autores

  • Bruno Cava Pesquisador da Rede Universidade Nômade. nsaísta e professor de filosofia. Leciono cursos livres presenciais e no canal Horazul (Youtube). Autor de "A multidão foi ao deserto" (2013) e outros livros.

Resumo

Neste ensaio, pretendo fazer um sobrevoo sobre o aterramento das ideias italianas no solo nacional. Por meio dessa travessia do Atlântico, que além do mais implica uma mudança de hemisfério, se pretende fazer mais do que uma contextualização, como se fosse história das ideias. Mas compreender de que maneira o spiazzamento das ideias fora do lugar também manifesta, pelo deságio mesmo, conteúdos pouco percebidos. Se, como pontuou Roberto Esposito (German Philosophy, French Theory, Italian Thought, 2014), a
teoria crítica frankfurtiana brota do programa de um instituto social, as ideias italianas germinaram na terra revolvida das renhidas lutas operaístas e autonomistas dos anos 1960 e 1970, no Longo 68 italiano. Não se trata de dar um veredito sobre se tal revezamento das ideias, através de tempos e espaços tão díspares em relação a seu lugar de nascença, permite que sejam reduzidas a Italian Theory, a nuovo pensiero debole ou, como no título deste artigo, à Ideologia Italiana. Todas essas denominações têm seu momento de verdade, até certo ponto. Nesse propósito, revisito os ricos elementos de debate compilados por Elia Zaru (no último capítulo de “La post-modernità di Empire, Antonio Negri e Michael Hardt nel dibattito internazionale (2000-2018)”, 2020 – recentemente
resenhado por Graziano Mazzocchini), que reacende a repisada controvérsia sobre a existência ou não da Italian Theory, assim como a recente recapitulação de Gigi Roggero do percurso operaísta (“L´operaismo politico italiano; genealogia, storia, método”, 2019).

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Publicado

2022-01-26

Edição

Seção

Rede Moitará