Sobre o Comum na Saúde Mental: Clínicas abertas de psicanálise no Brasil e uma ética do estar-junto

Autores

  • Ana Minozzo
  • Raluca Soreanu

Resumo

A história política da psicanálise é marcada por uma tensão entre a reprodução da alienação, já amplamente criticada, e sua capacidade de abrir espaços radicais para repensar a subjetividade e praticar a coletividade. Esta pesquisa foca nos momentos em que clínicas abertas [free clinics] fugitivas são formadas, funcionando em atrito com o establishment psicanalítico e centradas na desindividualização e nas práticas comuns no âmbito clínico. Neste ensaio, as autoras acompanham clínicas abertas no Brasil, desde a década de 1970 até o presente. Estas são clínicas marginais e fronteiriças. Desenvolvendo um vocabulário para explicar o que as autoras chamam de "comum na saúde mental ", elas atendem a cenas de fugitividade, à escuta territorial e a uma "corrupção" criativa da psicanálise e suas práticas convencionais. Em última análise, o que emerge é um conjunto de clínicas abertas autônomas, emancipatórias, onde a criatividade e a imaginação são potentes e os sintomas sociais se transformam em vínculos afetivos, comumente desencadeados.

Biografia do Autor

Ana Minozzo

Psicanalista e pesquisadora que vive em Londres, Reino Unido. Tem doutorado e mestrado em Estudos Psicossociais pela Birkbeck, Universidade de Londres, e atualmente é pesquisadora de pós-doutorado em Estudos Psicossociais na FREEPSY, na Universidade de Essex.

Raluca Soreanu

Professora de Estudos Psicanalíticos no Departamento de Estudos Psicossociais e Psicanalíticos da Universidade de Essex e psicanalista, membro do Circulo Psicanalitico do Rio de Janeiro e do Site for Contemporary Psychoanalysis, Londres.

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Publicado

2025-04-30

Edição

Seção

Rede Moitará