USOS DO CORPO COMO POSSIBILIDADE ENUNCIATIVA EM JULIAN DE NORWICH E MARGERY KEMPE

Autores

  • Carolina Niedermeier Mestranda pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.55702/medievalis.v6i1.44285

Palavras-chave:

Gênero, Idade Média, Mulheres Escritoras

Resumo

corpo aparece como um aspecto importante tanto para os estudos de gênero, quanto para os estudos do medievo. Nesse sentido, aproximaremos as duas preocupações para questionar as possibilidades enunciativas geradas a partir do corpo em duas mulheres do século XIV, Julian de Norwich (1342-1416) e Margery Kempe (1373-1438). A análise se centra em seus livros, Revelations of Divine Love e The Book of Margery Kempe respectivamente, e que abordam visões divinas recebidas, relações com Cristo e suas trajetórias devocionais. Pensaremos especificamente nas relações performáticas estabelecidas por essas mulheres com o corporal e como a performance pode estar também ligada à fala enquanto um ato, de modo que os usos do corpo podem ser também possibilidades de comunicação. O trabalho é orientado por uma preocupação geral com a fala de mulheres no medievo, considerando-se que as narrativas bíblicas associavam essa fala ao pecado e ao perigo. Portanto, a questão pode ser colocada dessa forma: sabendo-se que as mulheres eram desautorizadas a falar publicamente, como o corpo pôde servir de alternativa para se comunicarem? E, ainda, quais marcas de gênero estão implicadas nessa possibilidade?

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Publicado

2019-01-29

Edição

Seção

Artigos