Fernando Namora e o Novo cancioneiro: uns palmos de terra no meio do paul

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35520/metamorfoses.2019.v16n1a27830

Palavras-chave:

Fernando Namora, Novo Cancioneiro, Neorrealismo.

Resumo

Em Portugal, o Neorrealismo, depois de um intenso período de teorização sobre conceções de arte e literatura, no qual de digladiou com o Segundo Modernismo, afirmou-se, conquanto já tivessem sido publicadas algumas obras na segunda metade da década anterior, no início dos anos 40 do século XX. Para essa afirmação contribuiu a organização de coleções paradigmáticas do novo realismo que se defendia. O Novo Cancioneiro foi a primeira coleção, constituída por dez livros de poesia de diferentes poetas, sendo o livro de abertura, Terra, de Fernando Namora. Nestes poemas, compreende-se a conceção literária defendida pelos jovens neorrealistas e pode também reconhecer-se o exemplo humano e literário que Fernando Namora deu a toda a sua geração. Terra foi, no fundo, um livro necessário, uma pedrada no charco da revista Presença, uma porta de entrada no Neorrealismo e um cartão de visita da obra literária do seu autor.

Biografia do Autor

Fernando Teixeira Batista, Faculdade de Letras da Universidade do Porto

Licenciado em Ensino de Humanidades pela Universidade Católica Portuguesa. Mestre em Educação pela Universidade do Minho. Doutorado em Literatura Portuguesa pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

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Publicado

2020-06-05