Mecanismo de transmissão da política monetária: a importância dos fatores microeconômicos
Autores
André de Melo Modenesi
Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IE/UFRJ)
Camila Cabral Pires-Alves
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (ITR/UFRRJ)
Norberto Montani Martins
Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IE/UFRJ)
Palavras-chave:
Mecanismo de Transmissão da Política Monetária, Inflação, estruturas de mercado
Resumo
Em linha com a teoria ortodoxa, os principais bancos centrais apresentam o mecanismo de transmissão da política monetária privilegiando o papel das condições de demanda agregada, omitindo-se os fatores microeconômicos na determinação da inflação. Essa omissão pode ser enganosa e a autoridade monetária deve levar em conta fatores dessa natureza ao fixar a taxa básica de juros. Caso contrário, a dinâmica dos preços em resposta a um impulso monetário pode assumir trajetória distinta daquela esperada pelo banco central. É razoável considerar que, em geral, setores oligopolizados (com maior poder de mercado) tendem a ser mais inflacionários por pelo menos duas possíveis razões: i) têm maior capacidade de repassar para os preços aumentos de custo; e ii) podem ser relativamente imunes aos efeitos contracionistas da política monetária, visto que não necessariamente concorrem via preço. Assim, a reação a um choque de preço em setores com diferentes níveis de poder de mercado deveria resultar em uma resposta diferenciada por parte do banco central. Outra implicação de política econômica é que a proteção do ambiente concorrencial, desempenhado pela política antitruste, pode ser relevante para a estabilidade de preços.
Biografia do Autor
André de Melo Modenesi, Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IE/UFRJ)
Professor Adjunto do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IE/UFRJ). Pesquisador-Bolsista (PNPD) da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA)
Camila Cabral Pires-Alves, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (ITR/UFRRJ)
Professora Adjunta do Departamento de Ciências Econômicas e Exatas do Instituto Três Rios, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (ITR/UFRRJ). Vice-Economista Chefe do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).
Norberto Montani Martins, Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IE/UFRJ)