O artigo realiza a análise histórica da participação social no Mercosul a partir da compreensão das características e condições desse processo ao longo das últimas três décadas. A partir de levantamento documental, complementado com entrevistas, o artigo analisa a participação social no Mercosul observando a trajetória de criação de espaços para participação no Mercosul e nos Estados-membros. Trabalhamos com a hipótese de que a participação da sociedade civil no bloco nas últimas três décadas apresenta um impasse na sua trajetória: por um lado, a participação social no Mercosul é resultado de demandas da sociedade civil por criação de espaços participativos regionais e domésticos, os quais encontram respaldo nas políticas governamentais e são, inclusive, reforçados com a criação de instituições participativas domésticas para a atuação social nas agendas regionais; mas, por outro lado, essas instituições participativas não se sustentam por si devdo à ausência de institucionalidade que garanta a sua permanência em mudanças de governos, tornando a participação social no bloco dependente da decisão dos Estados em incentivar ou retroceder os processos de participação social.