A MÁSCARA MORTUÁRIA NO EGITO ROMANO:
EMARANHAMENTOS E ESPACIALIDADES.
Palavras-chave:
Egito Romano, Espacialidade, Emaranhamento, Máscaras mortuáriasResumo
As máscaras mortuárias produzidas no Egito Romano variaram de formato e estilo conforme a região, tanto em relação à temporalidade quanto à sua localização. Uma das transformações mais notáveis na sua confecção foi a inserção da face do morto como se fosse uma escultura, feita de gesso, uma forma de representação do morto diferenciada daquela do Egito faraônico e mesmo ptolomaico. Seguindo a teoria do emaranhamento de Philipp Stockhammer, podemos conceber que as trocas culturais entre a cultura egípcia, a grega e a romana, propiciaram estas simbioses vistas no material funerário. No entanto, ainda resta explicar o porquê desta variação regional e local. Tendo como base as discussões sobre as espacialidades, propomos duas vertentes complementares como suporte de análise. A primeira diz respeito aos estudos na perspectiva da história global e local e o conceito de glocalização de Richard Hingley. A segunda, com base nas ideias de Jörg Rüpke, trata da religião urbana e do agenciamento do espaço. Defendemos a hipótese de que a divisão territorial do Egito e as possibilidades de conectividade com a área do Mediterrâneo (e outras áreas marítimas), juntamente ao fenômeno da urbanização, que ocorreu no Egito no período de domínio romano, propiciou a propagação de motivos iconográficos greco-romanos que, no caso das máscaras, foram incorporados aos elementos materiais do âmbito funerário. Esses motivos iconográficos espelhariam, de certa forma, o modo de vida urbanizado da época imperial romana em território egípcio, ainda que adaptado à cultura local.
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