QUANDO A LETRA FALTA, O DIGITAL FAL[H]A: A FUNÇÃO DO ESCRITO

Autores

  • Lucas Nascimento ENS/École Normale Superier du Lyon e CNRS/Centre National Recherche Scientific (Paris/França).

DOI:

https://doi.org/10.61358/policromias.v2i2.12738

Palavras-chave:

Escrita. Função do escrito. Subjetividade. Textualidade digital. Memória discursiva.

Resumo

O artigo apresenta o trabalho de escrita em textualidade digital, por meio de esforços linguísticos para produzir escrita e para colocar “ordem” discursiva de dois alunos do ensino fundamental, do 8º ano, e de um aluno do 3º ano do ensino médio. A finalidade é estudar a função do escrito na materialidade do sentido e sua relação com o funcionamento da memória discursiva na ordem dos discursos, por meio de dois processos: a repetição e a metaforiconimização. A partir destas duas incursões à produção escrita, os textos consistem em dois estilos ao agenciar singularidade. O estudo se justifica pelas mudanças na ordem discursiva oriundas da revolução do texto digital, no que se refere à técnica de difusão da escrita, à relação com os textos e à nova forma de inscrição (Chartier, 2002), com ênfase à produção de sentidos e à criação no ato de escrever. A hipótese é que a subjetividade na textualidade digital materializa facilmente a memória discursiva, dificultando o agenciamento de raciocínios mais elaborados, próximo a originalidade argumentativa e textual, o que não difere no texto manuscrito. Os procedimentos da Análise do Discurso de linha francesa (a partir de estudos de M. Pêcheux) e a interface que articula estudos em Linguística, Psicanálise e Educação são adotados como metodologia de trabalho.

Referências

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Publicado

2017-12-31

Edição

Seção

Artigos