MORTE E VIDA SEVERINA – UM (DES)ENCONTRO COM A VIDA
Resumo
O presente trabalho tem por objeto analisar o poema Morte e Vida Severina – Um Auto de Natal, de João Cabral de Melo Neto. Trata-se narrativa poética muito bem engendrada, que conta a trajetória de um retirante, cujo nome é Severino, e vai apresentando diferentes pertencimentos, ora como sujeito individual, ora como sujeito coletivo. Escrito no período modernista, analisa, sob uma perspectiva religiosa e social, a busca do nordestino pela vida, mas que, ironicamente, o leva ao encontro com várias mortes Severinas. Tem como característica marcante o regionalismo, a zona fronteiriça e o folclore nordestino. É objeto de estudo: as questões geográficas, políticas, sociais, religiosas e folclóricas que a metáfora “Morte e Vida Severina” representa.Referências
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