Som estrutural: a influência de estruturas sonoras na obra de Saussure

Autores

DOI:

https://doi.org/10.61358/policromias.v6i1.40993

Palavras-chave:

Linguística, semiótica, estruturalismo, cultura, som.

Resumo

No desenvolvimento das teorias de Ferdinand de Saussure, considerado o fundador da linguística moderna e dos estudos sobre a significação, um objeto de estudo parece ser o motivador da inquietação constante do pensador genebrino. Este objeto, o som, em sua forma falada, será a fonte de argumentação que desenvolverá boa parte das teorias na nova linguística, assim como na semiótica e seus desdobramentos. Este artigo pretende aproximar os motivos que despertaram a unidade sonora em Saussure, mostrando que existe uma data aproximada, um local e um motivo para que esta descoberta tenha ocorrido. 

Som estrutural
A influência de estruturas sonoras na obra de Saussure

Biografia do Autor

Guilherme Weffort Rodolfo, Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo

Professor e pesquisador, Guilherme W. Rodolfo tem vasta produção vinculada aos campos analíticos do discurso, aos campos estéticos e à história da arte, além dos elementos de fusão entre sistemas visuais e musicais. Com a graduação em Composição e Regência (2001) concomitante aos trabalhos como diretor de arte e compositor de trilhas (desde meados dos 90), uniu os fatores visuais, comunicacionais e musicais no mestrado em Estética e História da Arte (2011), no Doutorado em Linguística e Semiótica Geral (2017) - onde analisa o discurso musical do cinema - e no Pós-Doutoramento no Museu de Arte Contemporânea da USP, analisando as linguagens musicais nas obras visuais do acervo desse museu. Hoje atua no Pós-Doutoramento em Comunicação na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, ECA USP, onde leciona como professor temporário as disciplinas "Estética em Publicidade" e “Produção sonoro/midiática e a construção dos sentidos”. Guilherme é também professor na FMU-FIAM-FAAM onde leciona no curso de Publicidade e Propaganda, de Jornalismo e de Fotografia. Como professor já atuou nas disciplinas vinculadas à criação, análise visual e musical, estéticas, branding, história da arte, entre outras disciplinas de graduação e pós-graduação. Guilherme é também pesquisador do Grupo de Pesquisa “Cultura e Arte no Lazer e Turismo” (CALT) da USP e leciona na Graduação da ECA USP como Professor Colaborador III (MS-3.1) e na pós-graduação lato-sensu da ECA.

Referências

A presença de um som, numa língua, é o que se pode imaginar de mais irredutível como elemento de sua estrutura. (SAUSSURE, 2012: 27);

Aprendemos estes sons em grupos rítmicos e melódicos, depois, no julgamento do som que interpretamos as diferenças fônicas, e assim compomos a língua. (SAUSSURE, 2012);

Saussure era um especialista da gramática comparada, com ênfase nos estudos da fonética histórica. (BOUQUET; ENGLER, 2012, p. 12);

O ideal Impressionista, como passou a ser chamado a partir de 1874 referenciado à pintura de Monet, além de romper com formas, representações, tonalidades e formas poéticas, prega uma expressão moderada do sentimento dentro de alguma forma “programática” de conduta. (GOMBRICH; SADIE; GROUT/PALISCA);

A causa do som se altera: enquanto o som de um instrumento partia daquele instrumento, ou seja, o som era referenciado à causa do mesmo, passa a ser observado por outro suporte. Um determinado instrumento pode ter sua causa referenciada a um gravador, (CHION, 1997);

A tecnologia alteraria a forma de compreender o som, uma alteração na escuta primária do ser. (SCHAEFFER, 2010);

Os sons da linguagem são armazenados nas células do centro censório e combinam com o centro de Broca com suas imagens de lembranças de movimentos da linguagem. (FREUD, 2013, pp. 19-35);

Essa capacidade simbólica está na base das funções conceptuais. O pensamento não é senão esse operar sobre essas representações. É, por essência, simbólica. A transformação simbólica dos elementos da realidade ou da experiência em conceitos é o processo pelo qual se cumpre o poder racionalizante do espírito. (BENVENISTE, 2005, p.29);

Ao aplicarmos o conceito de que um som está ligado à impressão do discurso e sua memorização, expressão e propagação, seguimos em direção à uma concreta evolução do ruído em relação à história das civilizações. Normalmente referenciado aos rituais, os sons tem construído a aura expressiva das enunciações do homem desde tempos remotos. (ATTALI, 2001);

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Publicado

2021-04-30

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Artigos