Som estrutural: a influência de estruturas sonoras na obra de Saussure
DOI:
https://doi.org/10.61358/policromias.v6i1.40993Palavras-chave:
Linguística, semiótica, estruturalismo, cultura, som.Resumo
No desenvolvimento das teorias de Ferdinand de Saussure, considerado o fundador da linguística moderna e dos estudos sobre a significação, um objeto de estudo parece ser o motivador da inquietação constante do pensador genebrino. Este objeto, o som, em sua forma falada, será a fonte de argumentação que desenvolverá boa parte das teorias na nova linguística, assim como na semiótica e seus desdobramentos. Este artigo pretende aproximar os motivos que despertaram a unidade sonora em Saussure, mostrando que existe uma data aproximada, um local e um motivo para que esta descoberta tenha ocorrido.
Som estruturalA influência de estruturas sonoras na obra de Saussure
Referências
A presença de um som, numa língua, é o que se pode imaginar de mais irredutível como elemento de sua estrutura. (SAUSSURE, 2012: 27);
Aprendemos estes sons em grupos rítmicos e melódicos, depois, no julgamento do som que interpretamos as diferenças fônicas, e assim compomos a língua. (SAUSSURE, 2012);
Saussure era um especialista da gramática comparada, com ênfase nos estudos da fonética histórica. (BOUQUET; ENGLER, 2012, p. 12);
O ideal Impressionista, como passou a ser chamado a partir de 1874 referenciado à pintura de Monet, além de romper com formas, representações, tonalidades e formas poéticas, prega uma expressão moderada do sentimento dentro de alguma forma “programática” de conduta. (GOMBRICH; SADIE; GROUT/PALISCA);
A causa do som se altera: enquanto o som de um instrumento partia daquele instrumento, ou seja, o som era referenciado à causa do mesmo, passa a ser observado por outro suporte. Um determinado instrumento pode ter sua causa referenciada a um gravador, (CHION, 1997);
A tecnologia alteraria a forma de compreender o som, uma alteração na escuta primária do ser. (SCHAEFFER, 2010);
Os sons da linguagem são armazenados nas células do centro censório e combinam com o centro de Broca com suas imagens de lembranças de movimentos da linguagem. (FREUD, 2013, pp. 19-35);
Essa capacidade simbólica está na base das funções conceptuais. O pensamento não é senão esse operar sobre essas representações. É, por essência, simbólica. A transformação simbólica dos elementos da realidade ou da experiência em conceitos é o processo pelo qual se cumpre o poder racionalizante do espírito. (BENVENISTE, 2005, p.29);
Ao aplicarmos o conceito de que um som está ligado à impressão do discurso e sua memorização, expressão e propagação, seguimos em direção à uma concreta evolução do ruído em relação à história das civilizações. Normalmente referenciado aos rituais, os sons tem construído a aura expressiva das enunciações do homem desde tempos remotos. (ATTALI, 2001);