OS LIMITES DA ORALIZAÇÃO EM MATEMÁTICA

Autores

  • Ledo Vaccaro Machado UFRJ

DOI:

https://doi.org/10.61358/policromias.v7i2.52573

Palavras-chave:

oralidade em Matemática, forma e conteúdo, equidade, Ledor

Resumo

Ledores em avaliações públicas são profissionais que possuem como função precípua ler para deficientes visuais. Com a construção de uma sociedade inclusiva, cada vez mais esses profissionais se fazem presentes nessas avaliações, e suas ações podem interferir nos resultados finais. Para estudar as ações dos Ledores quando da leitura de questões de Matemática, selecionaram-se 114 questões do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) e 59 questões da OBEMEP (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas). Fundamentado na Análise de Conteúdo de Roque Moraes, procedeu-se à análise das adaptações dessas questões em versões das provas especialmente elaboradas para Ledores. Entendendo-se o ato de ler como um ato de significação do texto lido, e defendendo-se a impossibilidade de dissociação de forma e conteúdo de um texto, discute-se a interferência da idiossincrasia e das escolhas feitas pelo Ledor na significação do texto construída por aquele que o escuta. Reconhecendo a Matemática como uma produção eminentemente escrita e que usa a Língua Materna para suprir a ausência de oralidade endógena, apresentam-se os limites da oralização em Matemática. Conclui-se discutindo a garantia da equidade nas avaliações públicas entre aqueles que são atendidos por Ledores e os que participam de tais avaliações fazendo uso de provas convencionais.

 

Biografia do Autor

Ledo Vaccaro Machado, UFRJ

Professor de Matemática com vasta experiência de sala de aula, licenciado pela UFRJ; Especialista em Educação com o curso de Currículo e Prática Educativa pela PUC-RJ, Mestre em Ensino de Matemática pela UFRJ; Doutor em História e Ensino da Matemática e da Física, pela UFRJ. Membro do grupo G-RIO; fundador da Sociedade Brasileira de Educação Matemática; Professor do curso Leres e Saberes, da FGV-RIO; Professor do PAPMEM, da IMPA; membro do Departamento Acadêmico da CESGRANRIO.

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Publicado

2022-10-11

Edição

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Artigos