“UM RASCUNHO DO PRAZER EM MIM”: CORPO, MÍDIA E IMAGENS ENDÓGENAS E EXÓGENAS NO VIDEOCLIPE PAGAN POETRY DE BJÖRK
DOI:
https://doi.org/10.61358/policromias.v8i2.55961Palavras-chave:
Imagem, Mídia, Corpo, Videoclipe, Björk.Resumo
A seguinte pesquisa dedica-se a analisar, a partir do videoclipe Pagan Poetry (2001) de Björk, a dinâmica da tríade “corpo, mídia e imagem” proposta pelo teórico das imagens Hans Belting, bem como a materialização do que o autor chama de imagens endógenas (internas, mentais) e exógenas (físicas, materiais). Supondo que existam formas de representar imagens endógenas e exógenas em uma obra audiovisual pop que também articule a tríade de Belting, aplica-se o método analítico para videoclipes pop proposto por Thiago Soares e Jeder Janotti Junior para o exame das cenas audiovisuais. O trabalho conta com reflexões em torno das teorias da imagem, dos estudos sobre música pop e de pesquisas que envolvem o trabalho da artista. O estudo revela que o experimentalismo na música pop permite que as potencialidades discursivas da imagem e do corpo sejam exploradas nos videoclipes e que a endogenia e a exogenia imagéticas podem ser figurativamente representadas, no caso de Pagan Poetry, por meio da articulação entre o abstrato e o concreto. Complementarmente, observa-se no filme Dancer In The Dark (2000), estrelado por Björk, postulados que também corroboram com reflexões acerca dos fundamentos epistêmicos para uma compreensão teórica da relação corpo-mídia-imagem.Referências
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