SUJEITO E (DES)ESPERANÇA: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE E A PANDEMIA
DOI:
https://doi.org/10.61358/policromias.2024.v9n1.62513Resumo
Este ensaio teórico tem como objetivo refletir sobre como a poesia de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) pode ser disparadora de uma leitura de mundo no contexto da pandemia da COVID-19. O corpus foi constituído por poesias presentes nas obras Alguma poesia (originalmente publicada em 1930) e Antologia poética (originalmente publicada em 1962). O referencial teórico empregado foi o da análise do discurso pecheutiano, a AD. Para além de uma visão literária que associa a capacidade do autor ultrapassar a sua realidade, tornando-se atemporal, a análise do discurso nos ajuda a compreender a perenidade da condição humana capturada pelo modo como a ideologia interpela o sujeito, produzindo um sujeito assujeitado, impotente e cindido para, de fato, fazer frente ao seu mundo, o que atravessa tanto o contexto de produção de Drummond como o atual. As reflexões operadas pelo contexto entre guerras no qual Drummond produziu boa parte de suas obras são revisitadas na pandemia da COVID-19, permanecendo os indícios de um sujeito que, individualmente, é incapaz de reagir, de promover a mudança, embora tenha a ilusão de ser um sujeito psicológico que tudo pode e que pode ser outro após o trânsito pandêmico.
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