UM DIZER QUE TEM SUA HISTÓRIA: CARTAS DE AMORES HOMOSSEXUAIS NO SÉCULO XIX

Autores

DOI:

https://doi.org/10.61358/policromias.2025.v10n2.66205

Resumo

Neste artigo, temos como objetivo analisar cartas escritas no século XIX por escritores e escritoras, nas quais emergem discursos homoafetivos. Tomando por base teórico-metodológica a Análise de Discurso franco-brasileira, conforme desenvolvida por Pêcheux ([1975] 2009, [1982] 2010) e Orlandi (2004, 2010, 2012), investigaremos de que modos os sentidos nas cartas revelam – ao tornarem-se públicos – posições de sujeito que escapam às normas dos campos médico, jurídico e religioso da época, os quais condenavam a homossexualidade. Na esteira de Souza (1997), no que tange ao jogo entre público e privado nas cartas – funcionando estas como escrituras do sujeito –, discutiremos como, no âmbito público, discursos sobre as homossexualidades eram censurados e/ou inviabilizados, enquanto no espaço privado das cartas outros sentidos podiam ser produzidos. Nosso gesto analítico volta-se, portanto, à identificação de regularidades das formas de representação das (homo)sexualidades nesses discursos, especialmente considerando que o sujeito homossexual emerge como categoria justamente na segunda metade do século XIX.

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Biografia do Autor

Alexandre Zanella, Universidade Estadual do Oeste do Paraná; Instituto Federal do Paraná

Possui graduação em Letras Português-Inglês e respectivas Literaturas pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus de Cascavel (2009) e Mestrado em Letras pela mesma instituição (2012). É Doutor em Estudos de Linguagem pela Universidade Federal Fluminense (UFF), campus do Gragoatá (2017). Realizou estágio de Pós-Doutorado na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFLCH) na Universidade de São Paulo (USP), campus de Ribeirão Preto (2017-2018). Atualmente, realiza estágio de Pós-Doutorado no Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL) da Unioeste (2024). Tem experiência na área de Letras/Linguística, trabalhando com a Análise de Discurso de base materialista, conforme desenvolvida por Michel Pêcheux, na França, e por Eni Orlandi, no Brasil. Suas pesquisas voltam-se às questões dos discursos sobre a (homo)sexualidade na mídia brasileira. É, atualmente, professor substituto de Língua Portuguesa e Língua Inglesa no Instituto Federal do Paraná (IFPR), campus de Cascavel.

Alexandre Ferrari, Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Possui Graduação (Licenciatura e Bacharelado) em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1989), Mestrado em Letras pela Universidade Federal do Paraná (1999), Doutorado em Letras pela Universidade Federal Fluminense (2006) e Pós-Doutorado pela Universidade de Coimbra (2014). Atualmente é Professor Associado da Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Análise do Discurso de Orientação Francesa, atuando principalmente nos seguintes temas: discurso jornalístico, mídias alternativas e sexualidades. Bolsista de produtividade PQ2. (https://orcid.org/0000-0003-0922-2905). Email: asferraris1901@gmail.com

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Publicado

2025-09-26

Edição

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Artigos