Le fonctionnalisme discursif de Michel Foucault. Le temps de la dynastique du savoir.

Autores

  • Jacques Guilhaumou

DOI:

https://doi.org/10.61358/policromias.v1i2.7709

Palavras-chave:

Michel Foucault, Funcionamento, Discurso (e) enunciado

Resumo

A recente expansão do nosso conhecimento sobre a obra de Michel Foucault, calcada em manuscritos inéditos e especialmente naqueles de seus cursos, abre novas perspectivas ao analista do discurso no que se refere às ligações que se tinha com este autor renomado. Trata-se, então, de mensurar os limites dessas ligações no quadro de uma história da análise do discurso, por um lado, e, rever, por outro lado, a sua eventual refundação. Minha abordagem de Foucault é para marcar, assim, a amplitude da sua aplicação ao funcionalismo discursivo, o diferenciando, no entanto, do funcionalismo sociológico e, principalmente, do funcionalismo em geral de vários linguistas. Pata tanto, dedico especial atenção ao período de desenvolvimento da Arqueologia do saber em suas várias versões, i mpressas e manuscritas, dentro do limite de conhecimento que temos atualmente; em seguida, me volto para o primeiro curso, ou para o período de 1968-1973. Fica evidente a partir de minha análise dois fatos discursivos marcantes. Em primeiro lugar, o foco recai sobre a forma de Foucault tratar os enunciados em seu funcionamento sem aí os reduzir, o que suscita, em termos de discurso, uma profusão de termos e expressões próprias ao campo léxico-semântico inerentes ao termo funcionamento. Mas esse tipo de funcionalismo não se prende a uma visão geral. Descrevendo os enunciados em sua própria existência, Foucault delimita um domínio de enunciabilidade onde condições de possibilidade e condições de existência prevalecem sobre as condições históricas limitadas às condições de produção. Como tal, seria errôneo confundir, nele próprio, produ- ção de discurso e formação de enunciado, o que o diferencia singularmente dos analistas de discurso. Assim, Foucault fala livremente das operações designadas pelos verbos, dos conectores localizados em substantivos, de formas adjetivais concretizadas por efeitos no interior do campo do saber-poder, uma vez que seu leitor pode se arriscar a pensar que ele se refere a uma "função fundamental", suscetível de ser entendida incorretamente como um funcionalismo nocional do tipo pragmático-enunciativo. Por isso mesmo, vejo, em segundo lugar, que a criação de um tal funcionalismo concreto exige caracterizar, para além da presença frequentemente comentada do conceito de "formação discursiva", um momento histórico, o momento dinástico, que situa um tempo histórico de transição com o Antigo Regime e a Revolução Francesa em seu centro. Mas esse momento não tem, por sua própria historicidade, vocação a perdurar como um conceito analítico, na medida em que são asseguradas em termos efetivos de discurso a transição e a complementaridade da arqueologia e da genealogia dentro da perspectiva epistemológica de Foucault como um todo. A análise do funcionamento discursivo conduz, assim, à questão da arqueologia, que amplamente nos faz descobrir o mundo dos enunciados, de suas configurações históricas.

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Publicado

2017-02-10

Edição

Seção

Artigos