Que profissão é essa? As relações entre (in) visibilidade e gênero na prática bibliotecária

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47681/rca.v7i3.58180

Palavras-chave:

profissão bibliotecária, (des)valorização social e profissional, relações de Gênero, percepções das/os bibliotecárias/os.

Resumo

Apresenta um estudo que procura refletir sobre a profissão bibliotecária e as relações de gênero. Objetiva discutir sobre a profissão bibliotecária, sua (des)valorização, (in)visibilidade, e as relações de gênero, a partir da percepção das/os bibliotecárias/os. Aborda alguns aspectos sobre a profissionalização da Biblioteconomia no Brasil, (des)valorização da profissão, e as relações de gênero na área. Classifica como pesquisa bibliográfica e exploratória, com abordagem qualitativa. Expõe a percepção das/dos bibliotecárias/os sobre as temáticas discutidas por meio do instrumento de coleta (questionário). Utiliza o método da Análise de Conteúdo para analisar os depoimentos coletados. Observa-se que para as/os bibliotecárias/os a profissão ainda segue sendo desvalorizada/invisibilizada por motivos de: falta de investimento do setor de políticas informacionais e de educação, precariedade e desvalorização das bibliotecas, falta de conhecimento sobre suas as práticas, alocação de não bibliotecárias/os nos espaços de atuação (bibliotecas). Percebeu-se que as/os bibliotecárias/os participantes desta pesquisa não associam que o fato de a profissão bibliotecária ser majoritariamente feminina tenha surtido efeito negativo a ela, mas reconhecem que profissões consideradas femininas são menos valorizadas do que as ditas masculinas. Conclui-se através dos resultados obtidos que, apesar dos discursos otimistas sobre a realidade profissional, os problemas elencados pelas/os bibliotecárias/os não são novos. Infere-se que os fatores que contribuem para a desvalorização estão além da compreensão externa da sociedade sobre as práticas profissionais, são fatores de ordem econômica, social e cultural.

Biografia do Autor

Adriana Lima Costa, Bacharela em Biblioteconomia pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e pós- graduanda em Letramento Informacional: educação para informação (UFG).

Possui graduação em Biblioteconomia pela Universidade Federal de Goiás (2021).  Pós- graduanda em Letramento Informacional: educação para informação (UFG).Tem interesse nas áreas de Biblioteconomia Social, Projetos Culturais, Estudos de Usuários, Organização da Informação.

Erinaldo Dias Valério, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

Doutor em Ciência da Informação pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal do Rio de Janeiro e do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (PPGCI/IBICT-UFRJ). Mestre em Ciência da Informação pela Universidade Federal de Pernambuco (PPGCI/UFPE). Especialista em Língua Brasileira de Sinais - Libras pela Universidade Cândido Mendes (UCAM). Graduado em Biblioteconomia pela Universidade Federal do Ceará (UFC/Campus Cariri). Atualmente é professor do Departamento de Ciência da Informação (DCI) da UFPE e professor colaborador do Programa de Pós-Graduação em Biblioteconomia (Mestrado Profissional) da Universidade Federal do Cariri (UFCA). Coordena o Alaye - grupo de estudos e pesquisas em informação antirracista e sujeitos informacionais e participa do Núcleo Brasileiro Latino Americano e Caribenho de Estudos em Relações Raciais, Gênero e Movimentos Sociais (NBLAC). Desenvolve pesquisas nas áreas de Ciência da Informação e Biblioteconomia, atuando principalmente nos seguintes temas: Descolonização da Biblioteconomia e Ciência da Informação; Fundamentos da Biblioteconomia e Ciência da Informação; Informação e educação antirracista; Movimento Negro Brasileiro; Formação do/a bibliotecário/a; Estudos sobre fluxos e sujeitos informacionais; Cultura informacional e competência em informação.

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Publicado

08-08-2023

Como Citar

Costa, A. L., & Valério, E. D. (2023). Que profissão é essa? As relações entre (in) visibilidade e gênero na prática bibliotecária. Revista Conhecimento Em Ação, 8(1), 196–225. https://doi.org/10.47681/rca.v7i3.58180

Edição

Seção

Relatos de Pesquisa